Um amigo do meu primo foi ao meu Open House e um tempo depois escreveu o texto abaixo pra mim. Fui saber disso no final do ano passado e adorei, claro, sem falsa modéstia. E resolvi reproduzi-lo aqui.
terça-feira, 23 de outubro de 2007
Love Street
Ela mora na Rua do Amor e espera por mim de portas abertas. Ainda que não saiba que espera por mim, abre a porta para todos, inclusive seu primo, que junto comigo, vai visitá-la em seu open house. Seu apartamento novo é lindo, tão lindo quanto ela, que mora sozinha na Rua do Amor. E me recebe sorrindo, com uma simpática latinha de cerveja nas mãos que se prolongam dos braços nus cruzados a frente de um lindo vestido estampado. "Mas é pra mim?" penso, não pode ser pra mim, eu chego à casa dela bebendo também uma simpática latinha de cerveja. Cumprimento-a e percebo que quero ficar ali na porta. Nem quero ver o resto do apartamento. Quero ficar ali no hall pra sempre com ela. Ela já basta, ela nunca bastará. Não se ela não vivesse na Rua do Amor, mas ela vive. E eu quero viver com ela, ali na porta de sua casa, mas seu primo, meu amigo, me chama e tenho de entrar. E o apartamento é lindo, prático e funcional. Tem um charme interior que faz com que se deseje pra sempre ficar nele. Que nem ela, não é complicada, simples e linda ao mesmo tempo, e pra sempre quero morar com ela, dentro dela. Dentro da Rua do Amor.
Ela é simpática, sorri a toa e verdadeiramente, de uma sinceridade apaixonante. Um sorriso que me dá arrepios, que me faz refletir: onde estive esse tempo todo? Por que andei tão longe da Rua do Amor? E como eu nunca estive aqui, na Rua do Amor? Se nunca estive, como a reconheci? É por apenas saber que a rua existia, pois nunca tive o privilégio de visitá-la. E agora, ela, a prima de meu amigo, ela, linda e perfeita pra mim, morava na Rua do Amor me enchia de motivos para aparecer por ali.
E ela sorri porque está de pilequinho, e eu acho isso uma maravilha, porque ela é delicada e doce, e não fica bêbada, só nós, homens, bêbados sujos e barbudos, fedendo a tabaco, ficamos bêbados. Ela tem apenas leves tonturas, é uma desastrada apaixonante, tropeça na varanda e esbarra nas paredes deslizando seus cabelos louro-castanhos, eu não sei definir.
Ela sai por um breve momento, para socializar com outros amigos e eu a vejo desaparecer na varanda em formato curvo, igual a torre de um castelo, só mesmo na casa dela, na Rua do Amor. Só mesmo ali ela faz a curva na varanda e some da minha vista sofrida. Sofrida de tanto olhar e não tocar, não provar e não dizer, mas eu não posso tocá-la, prová-la nem dizer com a vista. Por ela eu poderia, eu arriscaria. Arriscaria tudo, toda a minha vida na Rua do Amor.
E tudo pra fora também despejo na Rua do Amor, porque lá não é lugar de mágoas, problemas, nem aflições. Golfo de leve da sua varanda e o que sai de minha garganta fertiliza seu jardim. E de tudo que é ruim, feio e triste em mim, há de brotar coisas lindas pois o jardim contém terra da Rua do Amor.
Meus amigos vêm me socorrer. " Estou bem" eu digo. "Ele já está melhor" diz um deles ao colocar a mão em minha testa e perceber que estou menos pálido e minha pressão já subiu. "Pelo menos ninguém viu" diz o outro, apenas preocupado com superficialidades sociais e futilidades. E logo na Rua do Amor.
Deixo a casa dela com um último beijo formal no rosto e me despeço. Ela dormirá sozinha, eu também. Ao menos ela dormirá na Rua do Amor, e ela merece, merece mais do que eu e só de saber que ela vai dormir tão bem por lá já me conforta e me enche de esperanças para retornar à Rua do Amor.
Ela vive na Rua do Amor e me tem por completo.
Love Street
Ela mora na Rua do Amor e espera por mim de portas abertas. Ainda que não saiba que espera por mim, abre a porta para todos, inclusive seu primo, que junto comigo, vai visitá-la em seu open house. Seu apartamento novo é lindo, tão lindo quanto ela, que mora sozinha na Rua do Amor. E me recebe sorrindo, com uma simpática latinha de cerveja nas mãos que se prolongam dos braços nus cruzados a frente de um lindo vestido estampado. "Mas é pra mim?" penso, não pode ser pra mim, eu chego à casa dela bebendo também uma simpática latinha de cerveja. Cumprimento-a e percebo que quero ficar ali na porta. Nem quero ver o resto do apartamento. Quero ficar ali no hall pra sempre com ela. Ela já basta, ela nunca bastará. Não se ela não vivesse na Rua do Amor, mas ela vive. E eu quero viver com ela, ali na porta de sua casa, mas seu primo, meu amigo, me chama e tenho de entrar. E o apartamento é lindo, prático e funcional. Tem um charme interior que faz com que se deseje pra sempre ficar nele. Que nem ela, não é complicada, simples e linda ao mesmo tempo, e pra sempre quero morar com ela, dentro dela. Dentro da Rua do Amor.
Ela é simpática, sorri a toa e verdadeiramente, de uma sinceridade apaixonante. Um sorriso que me dá arrepios, que me faz refletir: onde estive esse tempo todo? Por que andei tão longe da Rua do Amor? E como eu nunca estive aqui, na Rua do Amor? Se nunca estive, como a reconheci? É por apenas saber que a rua existia, pois nunca tive o privilégio de visitá-la. E agora, ela, a prima de meu amigo, ela, linda e perfeita pra mim, morava na Rua do Amor me enchia de motivos para aparecer por ali.
E ela sorri porque está de pilequinho, e eu acho isso uma maravilha, porque ela é delicada e doce, e não fica bêbada, só nós, homens, bêbados sujos e barbudos, fedendo a tabaco, ficamos bêbados. Ela tem apenas leves tonturas, é uma desastrada apaixonante, tropeça na varanda e esbarra nas paredes deslizando seus cabelos louro-castanhos, eu não sei definir.
Ela sai por um breve momento, para socializar com outros amigos e eu a vejo desaparecer na varanda em formato curvo, igual a torre de um castelo, só mesmo na casa dela, na Rua do Amor. Só mesmo ali ela faz a curva na varanda e some da minha vista sofrida. Sofrida de tanto olhar e não tocar, não provar e não dizer, mas eu não posso tocá-la, prová-la nem dizer com a vista. Por ela eu poderia, eu arriscaria. Arriscaria tudo, toda a minha vida na Rua do Amor.
E tudo pra fora também despejo na Rua do Amor, porque lá não é lugar de mágoas, problemas, nem aflições. Golfo de leve da sua varanda e o que sai de minha garganta fertiliza seu jardim. E de tudo que é ruim, feio e triste em mim, há de brotar coisas lindas pois o jardim contém terra da Rua do Amor.
Meus amigos vêm me socorrer. " Estou bem" eu digo. "Ele já está melhor" diz um deles ao colocar a mão em minha testa e perceber que estou menos pálido e minha pressão já subiu. "Pelo menos ninguém viu" diz o outro, apenas preocupado com superficialidades sociais e futilidades. E logo na Rua do Amor.
Deixo a casa dela com um último beijo formal no rosto e me despeço. Ela dormirá sozinha, eu também. Ao menos ela dormirá na Rua do Amor, e ela merece, merece mais do que eu e só de saber que ela vai dormir tão bem por lá já me conforta e me enche de esperanças para retornar à Rua do Amor.
Ela vive na Rua do Amor e me tem por completo.
Um comentário:
que que é isso... quem é esse sujeito? Como vc ainda não casou com ele...rs Curiosidade a mil.
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