sábado, 27 de fevereiro de 2010

Nostalgia boa

Você tem mais de 30 anos e lembra da sua adolescência quando ouve Paralamas? Pois eu também. Essa banda foi minha primeira e maior referência de música naquela época. Era fã incondicional. E hoje, escutando "Uns Dias", minha imaginação foi pra bem longe, lá de volta no passado. Lembro que meu primeiro namoradinho cantava aquela música "Você" pra mim e eu, meio tímida (apenas no quesito namoro, nos outros era a ídola da galera...rs) dava aquele risinho, escrevia na agenda todos os dias o quanto era completamente apaixonada por ele, mas nunca tive coragem de me declarar. Atitude típica daquela geração em que as mulheres eram mais "recatadas"(rs). Os Paralamas cultuavam esse romantismo inocente da nossa adolescência. E também falavam de coisa séria. "Alagados"era a melhor música pra dançar nas festinhas americanas do play. Arrasava na pista com meu vestido balonê! Rs.
A verdade é que era tudo muito mais simples, leve. As pessoas, mais espontâneas. A emoção não dava espaço pra razão e a gente só queria ser feliz. Ô vidinha dura...valeu, Paralamas!

BNC

http://www.youtube.com/watch?v=pzc83pZKag4

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Rua do Amor


Um amigo do meu primo foi ao meu Open House e um tempo depois escreveu o texto abaixo pra mim. Fui saber disso no final do ano passado e adorei, claro, sem falsa modéstia. E resolvi reproduzi-lo aqui.


terça-feira, 23 de outubro de 2007

Love Street
Ela mora na Rua do Amor e espera por mim de portas abertas. Ainda que não saiba que espera por mim, abre a porta para todos, inclusive seu primo, que junto comigo, vai visitá-la em seu open house. Seu apartamento novo é lindo, tão lindo quanto ela, que mora sozinha na Rua do Amor. E me recebe sorrindo, com uma simpática latinha de cerveja nas mãos que se prolongam dos braços nus cruzados a frente de um lindo vestido estampado. "Mas é pra mim?" penso, não pode ser pra mim, eu chego à casa dela bebendo também uma simpática latinha de cerveja. Cumprimento-a e percebo que quero ficar ali na porta. Nem quero ver o resto do apartamento. Quero ficar ali no hall pra sempre com ela. Ela já basta, ela nunca bastará. Não se ela não vivesse na Rua do Amor, mas ela vive. E eu quero viver com ela, ali na porta de sua casa, mas seu primo, meu amigo, me chama e tenho de entrar. E o apartamento é lindo, prático e funcional. Tem um charme interior que faz com que se deseje pra sempre ficar nele. Que nem ela, não é complicada, simples e linda ao mesmo tempo, e pra sempre quero morar com ela, dentro dela. Dentro da Rua do Amor.
Ela é simpática, sorri a toa e verdadeiramente, de uma sinceridade apaixonante. Um sorriso que me dá arrepios, que me faz refletir: onde estive esse tempo todo? Por que andei tão longe da Rua do Amor? E como eu nunca estive aqui, na Rua do Amor? Se nunca estive, como a reconheci? É por apenas saber que a rua existia, pois nunca tive o privilégio de visitá-la. E agora, ela, a prima de meu amigo, ela, linda e perfeita pra mim, morava na Rua do Amor me enchia de motivos para aparecer por ali.
E ela sorri porque está de pilequinho, e eu acho isso uma maravilha, porque ela é delicada e doce, e não fica bêbada, só nós, homens, bêbados sujos e barbudos, fedendo a tabaco, ficamos bêbados. Ela tem apenas leves tonturas, é uma desastrada apaixonante, tropeça na varanda e esbarra nas paredes deslizando seus cabelos louro-castanhos, eu não sei definir.
Ela sai por um breve momento, para socializar com outros amigos e eu a vejo desaparecer na varanda em formato curvo, igual a torre de um castelo, só mesmo na casa dela, na Rua do Amor. Só mesmo ali ela faz a curva na varanda e some da minha vista sofrida. Sofrida de tanto olhar e não tocar, não provar e não dizer, mas eu não posso tocá-la, prová-la nem dizer com a vista. Por ela eu poderia, eu arriscaria. Arriscaria tudo, toda a minha vida na Rua do Amor.
E tudo pra fora também despejo na Rua do Amor, porque lá não é lugar de mágoas, problemas, nem aflições. Golfo de leve da sua varanda e o que sai de minha garganta fertiliza seu jardim. E de tudo que é ruim, feio e triste em mim, há de brotar coisas lindas pois o jardim contém terra da Rua do Amor.
Meus amigos vêm me socorrer. " Estou bem" eu digo. "Ele já está melhor" diz um deles ao colocar a mão em minha testa e perceber que estou menos pálido e minha pressão já subiu. "Pelo menos ninguém viu" diz o outro, apenas preocupado com superficialidades sociais e futilidades. E logo na Rua do Amor.
Deixo a casa dela com um último beijo formal no rosto e me despeço. Ela dormirá sozinha, eu também. Ao menos ela dormirá na Rua do Amor, e ela merece, merece mais do que eu e só de saber que ela vai dormir tão bem por lá já me conforta e me enche de esperanças para retornar à Rua do Amor.
Ela vive na Rua do Amor e me tem por completo.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Data especial


Existem pessoas e momentos inesquecíveis. Mas também existem datas que são sempre lembradas. Hoje é uma delas. É o dia de um sentimento que nunca foi fulgás. Pelo contrário: foi mais. Mais do que eu poderia querer, esperar. Que latejava, me fazia querer mais da vida, mais de mim mesma. Tão grande que não cabia em mim. Me fazia grande e pequena. Me completava e me destruía. Me confortava e tirava a minha paz. Paradoxal. Cheio de conflitos. Foi mais, mas também foi muito.